segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Almas Atormentadas

Era um velho manicômio, já desativado. O prédio de paredes que outrora foram brancas com suas janelas banguelas e com apenas um vigia noturno, que de vez em quando fazia a ronda em volta do prédio (apenas para justificar seu salário de vigia), quando não tinha mais o que fazer. Mas mesmo ele, jamais tivera coragem de adentrar o prédio, pois existiam muitas histórias horríveis sobre aquele local. 

Histórias que falavam de suicídios, choques elétricos, aprisionamentos em solitárias, serial killers em camisas de força que eram jogados para todo o sempre em celas não-acolchoadas, para que batessem suas cabeças contra a parede até que morressem com as mesmas arrebentadas.

Até que a modernidade veio, questionando os métodos de ‘cura mental’ usados naquele manicômio, que acabou sendo desativado. 

Todos se foram: loucos, médicos, enfermeiros. Mas havia uma única cela, na qual ninguém jamais entrava; a comida e a água eram empurradas para dentro através de uma abertura na base da porta de ferro. Se alguém olhasse para dentro, através da nesga de vidro, veria lá um homem solitário, de cabelos desgrenhados, unhas compridas e pontudas, olhos vermelhos e injetados. Cumpria sua pena como o louco que assassinara mais de vinte mulheres. Era um serial killer perigoso. 

Seu nome? O mais comum e confiável possível: Justino. Mais conhecido como Justino, o Matador. 


O último enfermeiro que tentara dar-lhe um banho, acabou perdendo o nariz, que ficou entre os dentes de Justino. Uma das enfermeiras, ao tentar dar-lhe uma injeção calmante, fora estrangulada. Ele conseguia soltar-se das camisas de força que o prendiam, tal a sua enorme agilidade e força física. Mesmo quando ele era alvejado, de longe, por tranquilizantes, como se fosse um animal selvagem, o efeito dos mesmos era muito mais curto do que em pessoas normais. 

Por que não o deixavam morrer, como faziam com vários outros? Porque Justino era filho adotivo de um magnata do petróleo, que pagava caro para que ele fosse mantido vivo. Este magnata era tutor do rapaz, e enquanto ele permanecesse vivo, receberia uma imensa fortuna, que seria imediatamente doada à caridade em ocasião de seu passamento. 

Assim, a lenda de Justino, O Matador, corria pelos corredores do hospital. Ninguém se atrevia a chegar perto dele, e decidiram que fariam apenas o mínimo para que ele permanecesse vivo. 
Mas um belo dia, o magnata, pai adotivo de Justino e seu tutor, faleceu de um ataque cardíaco. Assim, a fortuna de Justino foi doada para a caridade, como deveria ser. Isto ocorreu pouco antes da desativação do manicômio, e Justino, sem o seu ‘desinteressado protetor,’ ficou cada vez mais esquecido. 




sábado, 28 de dezembro de 2013

As mães também mentem

Parece que alguém fechou a porta do meu quarto com muita força. Acordei muito espantado. Meu coração quase saiu pela boca. Dei um grito. Chamei minha mãe, mas logo lembrei que ela não estava, pois foi fazer uma viagem importante a negócios. Que droga! O que vou fazer agora? Estou só em casa, ou não? Pelo menos deveria estar.

Pulei da cama e corri pra porta. Bateu um frio na barriga, mas eu tinha que abrí-la e checar o que tinha feito o barulho.

Estava tudo muito escuro no corredor. Nunca gostei de corredores, muito menos escuros daquele jeito.

Fechei a porta, ainda morrendo de medo e fui me deitar. Logo percebi entrando pela janela a luz do carro da minha mãe. Esperei ela entrar e acender as luzes da casa. Ela veio me ver e eu comecei a chorar me borrando todo. Soluçava muito. Passou a mão na minha cabeça e me abraçou muito forte. Estava muito preocupada comigo e perguntava o que tinha acontecido na ausência dela:

- Mãe! Tinha alguma coisa aqui no meu quarto! - Eu disse.

- Deve ter sido apenas o vento filho. Não deve ter sido nada. Olha aqui - me mostrou apontando a janela - Está vendo? A janela está aberta.

Seu burro! Como é que você não percebeu que a janela estava aberta?

Com certeza foi o vento, mas...

- Tem certeza que foi o vento mãe? Eu não senti nada...

- Claro filhote! O que mais poderia ser? Você estava sozinho aqui. Não tinha ninguém, mas não se preocupe, mamãe está aqui com você e não vou deixar mal nenhum te acontecer viu? Agora durma direitinho que mamãe está cansada.

- Tudo bem mamãe. Vou dormir. Boa noite - eu completei.

Ela foi pro quarto e eu me pus a dormir.

Eram três horas da manhã quando senti algo puxando meu lençol. Fingi que dormia e olhei pelo "rabo" do olho. Enxerguei um vulto no canto do quarto. Parecia uma pessoa agachada, mas realmente? Eu não queria ter visto nada.

Tentei sair correndo, mas algo me paralisava na cama. O medo me dominou com certeza. O ar estava gelado, não conseguia gritar pra chamar minha mãe. Meu corpo formigava, perdi completamente o controle sobre ele.
Do nada abri os olhos. Já era manhã.

Como isso aconteceu? Na verdade... O QUE ACONTECEU?

Decidi contar à minha mãe o ocorrido na noite anterior.

Ela fez uma cara de espanto e falou:

- Meu filho, com certeza não era nada. Isso é normal. Acontece comigo às vezes. Quando ficamos com medo parece que nosso corpo não obedece, mas é assim mesmo. É apenas medo.

Ela estava muito estranha, mas era minha mãe. Ela não poderia estar mentindo, mesmo porque ela vivia dizendo que não mentia, mas eu sabia que ela mentia às vezes. Mentiras pequeninas, mas mentia. O mais engraçado é que quando ela mentia algo sempre dava errado pra ela. Ela acha que eu não sei, mas sei.

- Mas mãe! Eu vi. Sei que vi. Tinha alguém no meu quarto. Estava agachado lá no canto. Eu vi mãe. Parecia...

- Menino! - gritou me interrompendo - Eu já disse que não era nada! Foi apenas um golpe de vista. Não existe nada e nem ninguém nessa casa. Só nós, apenas nós dois. Então pare já com essa "munganga" e vai se aprontar pra ir pra escola!

Eu sabia que ela não ia acreditar. Nem deveria ter contado.

Passei o dia inteiro na escola e minha mãe trabalhando. Quando voltei pra casa já era noite e adivinhem! Não tinha ninguém lá. Minha mãe não tinha chegado ainda, mas eu tinha que entrar, não podia ficar na rua.

Tomei banho e fui pro quarto. Sempre tive o costume de estudar antes de dormir. Então sentei na escrivaninha do quarto, acendi o abajur e comecei o dever de matemática.

BAM! Um barulho imenso veio lá de baixo. BAM! BAM! As portas com certeza estavam batendo e muito forte. Apaguei o abajur bem rápido, pulei na cama e me cobri bem rápido. Os barulhos continuavam. Puxei o cobertor devagar e olhei pro canto do quarto e lá estava a coisa. Agachada e me olhando. Parecia uma criança. Eu só queria gritar, mas não conseguia. Então ele levantou e veio até mim. Pude ver seus olhos vermelhos me fitando. Chegou mais e mais perto. Senti um frio enorme e ...

ACABOU!

Não lembro o que aconteceu. Estou agora em pé no meu quarto de frente pra porta. Olhei pra cama e vi. Eu ME vi na cama. Estava seco, sem olhos e de boca aberta! Branco! Eu estava branco! Não conseguia acreditar.
Não entendia o que estava acontecendo, até que minha mãe abriu a porta berrando e topou com meu corpo por sobre a cama naquele estado mórbido e sem explicação.

Só então eu me dei conta.

ELA HAVIA MENTIDO PRA MIM!
Leia mais Historias de Terror no Mundo Sombrio!

Visão Periférica

Alguma vez você já teve o vislumbre de algo pelo o canto do se olho? Um simples movimento pego pela visão periférica? A maioria das pessoas simplesmente ignora isso. Elas podem estar certas disso, OU NÃO!
Talvez fosse facilmente explicada pelas condições descritas acima, mas há uma sensação errada e estranha a respeito disso. Um arrepio descendo por sua espinha, uma dor passageira. Talvez um branco completo na sua mente, para voltar apenas momentos depois.
Se algum desses sintomas forem sentidos, pode começar a se preocupar. Nossa visão periférica é feita para captarmos movimentos, mesmo no escuro. Isso foi desenvolvido para nos defendermos de predadores no início dos tempos, e como outros muitos aspectos da natureza do ser humano, ela não foi “deletada” de nosso DNA, apenas enfraquecida.
Esse ponto de vista com o canto dos olhos serve para ainda nos alertar do perigo, e mesmo que os predadores tenham caído na lista de perigo hoje em dia, eles ainda existem. Se algum dia você sentir aquele frio estranho nas costas, tente não focar nas sombras que você viu pelo canto do seu olho.

Provavelmente é melhor você não ver.


 

Paranóia na Madrugada - Tamires Fidelis

Acordei as 3:30. Tive a sensação de como se alguém estivesse me olhando pela janela. Isso é perturbador para mim. Viro a luz da noite para recuperar a sanidade por um par de minutos para que eu possa voltar a dormir. Então, eu ouvi a porta abrir e fechar, fazendo muito barulho. O som de passos no corredor para o meu quarto me incomodou muito. Eu coloquei meu travesseiro em cima da minha cabeça, como se estivesse tentando me proteger dessa ameaça. Eu ouvi um barulho alto na minha porta. Este barulho continua por cerca de três minutos, depois pára.

Abri a porta para descobrir que era lá fora estava ensolarado, como se os três minutos foram horas. Eu andei para o meu banheiro, e o chuveiro estava fechado. Eu nunca deixei a cortina do chuveiro fechada porque eu sou facilmente assustado. Eu a abri para descobrir o que há dentro antes de eu me vestir para a escola. Quando eu olhei para a cortina, eu vi sangue. Não era apenas uma gotinha, era mais de uma quantidade abundante de sangue. Minha curiosidade foi maior, e eu puxei a cortina rapidamente. Eu, então, vi algo que me atormenta até hoje. Eu vi meu corpo morto. Então eu acordei.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Pesadelo


Minha tataravó morreu em uma manhã cinza de inverno. Havia algum tempo ela vinha reclamando de dores no peito, mas o médico pouco pode fazer para ajudá-la, pois a medicina naquela época ainda era muito precária, as pessoas tinham que confiar somente no olho clínico do médico. Os amigos e vizinhos fizeram o velório ali em sua casa como era de costume e a enterraram antes do anoitecer.

sábado, 16 de julho de 2011

O Cavaleiro Fantasma


Em um dos interiores desse imenso Brasil, cuja única atração é a Feira Agropecuária, que acontece todos os anos na cidade e que tem por objetivo, além de trazer divertimento e distração ao povo, expor animais, fazer leilões, vender casas, carros, materiais de cultivo e etc.